AMARGURA
"Que toda a amargura e ira e raiva e clamor e calúnia sejam afastados de vós, juntamente com toda a malícia. Sede bondosos uns para com os outros, de coração terno, perdoando-vos uns aos outros, como Deus em Cristo vos perdoou". (Efésios 4:31-32)
A amargura é definida como raiva e desapontamento por ser tratada injustamente. É uma atitude de raiva e hostilidade intensa e prolongada que é sinónimo de ressentimento e inveja. Muitas vezes, envolve também sentimentos de ressentimento e um desejo de vingança. É o resultado de não perdoar alguém, o que faz crescer a dor e a raiva até que a dor e o ressentimento prejudiquem a visão que a pessoa tem da vida.
Ocorre quando sentimos que alguém nos tirou algo que somos impotentes para regressar. Agarramo-nos à dor numa tentativa de recordar a nós próprios e aos outros a injustiça que vivemos na esperança de que alguém nos salve e restaure o que perdemos. Infelizmente, a amargura só faz crescer o nosso sentido da injustiça. Não faz nada para curar a ferida causada pela injustiça. Na verdade, faz com que a ferida se infecte de raiva. A amargura tem o poder de nos destruir por dentro e pode ter um impacto negativo sobre aqueles que nos rodeiam de muitas maneiras.
"A amargura é como beber veneno de rato e esperar que o rato morra"(John Ortberg Jr.).
Eventualmente, a amargura matar-nos-á quer fisicamente - porque pode contribuir para a doença física - quer espiritualmente ao não nos permitir experimentar a paz que Deus quer para nós. Quanto mais nos agarramos ao passado, mais nos embebedamos com a nossa dor e a experiência pode privar-nos da alegria que podemos encontrar em qualquer coisa. A amargura irá afectar-nos física, emocional e espiritualmente porque o fruto da amargura é um ácido que destrói o seu recipiente.
A amargura começa pequeno. Uma ofensa enterrase no nosso coração. Reproduzimo-la nas nossas mentes, criando rotinas profundas que serão difíceis de reconstruir. Repetimos as nossas mágoas a qualquer ouvinte disponível, incluindo cada detalhe sórdido. Alistamos apoio, empurrando-nos ainda mais para o nosso ressentimento. Ouvimos o nome da pessoa ofendida e o seu encolhimento. Deciframos a ofensa como intencional e o nosso ofensor como cheio de rancor. Procuramos outras razões, tanto reais como imaginárias, para não gostarmos do nosso vilão. Com cada novo pedaço de informação, formamos outra camada de amargura. Enganamo-nos a pensar que ninguém saberá senão que a raiva e o ressentimento têm uma forma de infiltrar-se em tudo.
(Referência - https://www.christianitytoday.com/)
Uma das histórias de amargura mais conhecidas na Bíblia é a história de Caim e Abel (Génesis 4:1-8). Caim torna-se consumido pela amargura pelo seu irmão e por Deus, quando se sente injustamente tratado em relação ao seu próspero irmão Abel. Caim condena Deus e mata o seu irmão por ódio e piedade para consigo próprio.
A amargura é o oposto da maneira de pensar de Deus, e pode afastar-nos de Deus. (http://ubdavid.org/)
Hebreus 12:15 diz: "Cuida para que ninguém deixe de obter a graça de Deus; para que nenhuma 'raiz de amargura' brote e cause problemas, e por ela muitos se contaminem". É um pecado que pode perdurar nas nossas vidas e separar-nos de Deus; o que remove a santidade e a paz de espírito das nossas vidas. Romanos 12:19 ordena-nos que não procuremos vingança, mas que deixemos Deus vingar.
"Se for possível, na medida em que depende de vós, vivei em paz com todos". (Romanos 12:18). Então, como podemos fazer isso? Como podemos evitar que a amargura entre nos nossos corações? Como podemos lidar com os nossos sentimentos, em vez de os deixarmos crescer em amargura? Como é que sabemos que temos amargura nos nossos corações?
Abaixo estão 7 sinais de que temos amargura no nosso coração:
1. Sente-se raiva cada vez que se ouve o nome de uma determinada pessoa.
Provavelmente todos nós já sentimos os nossos músculos a apertar e os dentes a apertar quando ouvimos o nome de certas pessoas. Embora isso seja de esperar quando fomos feridos de uma forma substancial, é um sinal de que não perdoámos totalmente a pessoa.
2. Reproduzimos uma conversa ou experiência vezes sem conta na nossa mente.
Quer se trate de uma conversa ou de uma experiência, faz-se algo que está no passado vir para o presente cada vez que se repete na mente. Jesus veio para redimir o nosso passado, mesmo as partes que não são resultado do nosso pecado. Contudo, quando os revivemos, não estamos a permitir que Ele o faça. Devemos fazer o que o Apóstolo Paulo nos diz em Filipenses 3:13: "Esquecendo o que está para trás e esforçando-nos para o que está à frente".
3. Ficamos felizes quando outra pessoa falha.
Celebrar o infortúnio de outras pessoas é malícia e é pecado. A malícia mostra que estamos a abrigar amargura nos nossos corações.
4. Tem conversas imaginárias na sua mente com alguém.
Todos estamos familiarizados com a interminável conversa, ou clamor, que tem lugar nas nossas mentes quando estamos amargurados em relação a alguém. Ensaiamos o que lhes queremos dizer ou o que gostaríamos de lhes ter dito. Quando temos conversas imaginárias que não cessam, é um sinal de que estamos amargurados.
5. Sente-se a necessidade de caluniar alguém para com outras pessoas.
Fazer uma falsa declaração falsa prejudica a reputação de uma pessoa. Pode ser rápido a ir ter com amigos e contar-lhes situações na esperança de que eles lhe digam o que quer ouvir - que tem razão, que ela o merece e que não o culpam. Por vezes não podemos vingar-nos da pessoa de uma forma tangível, por isso magoamo-la indirectamente ao difamá-la secretamente. Esta é uma bandeira vermelha que se agarra à amargura.
6. Não se comporta naturalmente em torno de uma pessoa.
Quando estamos amargurados em relação a uma pessoa é difícil comportarmo-nos em relação a ela como normalmente o faríamos. Não somos amigáveis ou não os envolvemos em conversas. Isto não só lhe permite saber que é amargo, mas a outra pessoa também o sabe.
7. Queixa-se frequentemente.
O primeiro sinal de que está amargo para com Deus é quando se queixa frequentemente das suas circunstâncias. "Dai graças em todas as circunstâncias; pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para vós"(1 Tessalonicenses 5:18). Mas por que devemos nós dar graças? Podemos dar graças pela verdade de que Deus usará a circunstância para o bem. Nada é desperdiçado em Deus.
COMO SE SUPERA A AMARGURA?
A amargura é um sentimento profundo e contínuo; portanto, é preciso tempo para encontrar uma maneira de a derrotar. Não há cura instantânea. Mas aqui estão três passos para superar a amargura:
1. PERMITIR QUE DEUS O REVELE. Por vezes as pessoas dizem: "Eu conheço o meu coração, não há amargura em mim". A verdade é que não conhece o seu coração. A Palavra de Deus diz-nos: "O coração é enganoso acima de todas as coisas, e desesperadamente perverso: quem o pode conhecer?" (Jeremias 17:9). Um coração enganador não pode diagnosticar um coração enganador. Tem de deixar Deus, o Espírito Santo, fazer uma cirurgia radical.
2. Que a Graça o revele. Uma resposta de amargura nunca é certa quando alguém lhe fez algo de errado. Tendes de pedir a Deus que vos perdoe, e Ele perdoar-vos-á pela Sua graça. Se alguém vos tiver feito algo de errado, cortai-o e esquecei-o. Pela graça de Deus, enterrai aquele que doeu na sepultura do esquecimento de Deus. Justiça é Deus dar-nos o que merecemos, misericórdia é Deus não nos dar o que merecemos, graça é Deus dar-nos o que não merecemos.
3. "Segue a paz com todos os homens, e a santidade, sem a qual nenhum homem verá o Senhor" (Hebreus 12:14). Não se pode ser santo, a menos que se siga a paz com os homens. Vale tanto a pena quando se perdoa. Quando perdoais, libertais duas pessoas e uma delas é vós próprios.
O PERDÃO É DURO, MAS LIBERTA-NOS
Uma pessoa que alberga amarguras precisa de perdoar. Perdoar não significa fingir que tudo está "OK". Também não significa esquecer a mágoa. É o presente que nos damos a nós próprios que nos permite parar de apanhar a sarna e começar a fazer um plano de cura. É também suportar o mal ou a ferida e optar por não nos lembrarmos mais dela. Aquele que perdoa paga o preço da lesão ou do mal que perdoa. Para que Cristo nos perdoasse, Ele tinha de pagar a pena dos nossos pecados. Foi por isso que Ele morreu na cruz.
É dispendioso perdoar, mas é mais dispendioso não perdoar. O perdão é duro, mas liberta-nos. (http://ubdavid.org/)
Devemos tomar posse das nossas situações e entregar a Deus o que está fora do nosso controlo.
"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, o vosso Pai celestial também vos perdoará". Mas se não perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai também não perdoará as vossas ofensas". (Mateus 6:14-15)
TRABALHOS CITADOS
1. "Como lidar com a amargura e o ressentimento", de Anne Peterson
2. "Superando a Amargura", de Stephan M. Koenig.
3. "Turning from Amargura ao Perdão", de UB David
4. "Amargura" por momento heurístico
5. Outras fontes da Internet.
James Dina
Jodina5@gmail.com
21 de Julho de 2020
https://www.blessministries.org/james-dina